O adeus de Michael

michael menino

Nunca fui fã de Michael Jackson, e diferente de muitas pessoas da minha idade as quais ele marcou a infância, nem as músicas dele conheço. Lembro ele dançando Black or White, tenho um vídeo dele cantando Ben, conhecia I’ll be there e pronto. Thriller mesmo só fui “conhecer” esses dias e acabo de descobrir que ele compôs We are the world. Acabaram meus conhecimentos sobre as suas músicas aqui.

Mas Michael foi mais do que um mero cantor ou dançarino. Foi O ídolo para toda uma geração. Foi o cara que revolucionou o mundo pop e encantou bilhões de pessoas no mundo. Foi o cara que deixou todas essas pessoas abismadas e incrédulas, indo embora sem dar um último adeus.


A morte de michael Jackson é uma daquelas que causam impacto, por causa da forma abrupta que aconteceu e do mistério que a cerca.

Aliás, mistério parece ter sido o sinônimo da sua vida. Acusações de pedofilia, casamento com a filha do rei do rock, vitiligo, cirurgias, rancho de neverland, câncer de pele, filhos escondidos, aparições com a mão cobrindo a boca e óculos escuros, dentre outros.

Meu ponto de vista na história de Michael é um só: EU ACREDITO NELE

Por isso, acho que a dor de Michael em vida parece ter sido bem maior que seus mistérios. Como conviver 24 horas por dia com gente querendo ditar os rumos de sua vida, desde os 5 anos de idade? Como conviver com pessoas te acusando de querer mudar a cor da sua pele, quando na verdade você tem uma doença incurável? Como conviver com gente querendo aparecer e ganhar dinheiro em cima de você e supostos crimes cometidos?

Michael conviveu com tudo isso, e sempre tratando a todos muito bem. Os que o conheciam mais de perto, por incrível que pareça, disseram que ele sempre tratou as pessoas sem diferenças. É o que devemos esperar de alguém que veio lá de baixo e cujo patrimônio deixado foi de mais de um bilhão de dólares?

Michael teve “baixa auto-estima” em sua infância, repleta de abusos do pai, tanto físicos como psicológicos. O rei do pop compôs Ben para um rato imaginário, nessa época. Na letra dizia:

Ben, nós dois não precisamos mais procurar

Nós dois já encontramos o que buscávamos

Com um amigo para chamar de meu

Eu nunca mais estarei sozinho

E você, meu amigo, verá:

Você tem um amigo em mim.

Ben, você está sempre correndo pra lá e pra cá

Você sente que não é querido em nenhum lugar

Se você alguma vez olhar para trás

E não gostar do que encontrar,

Há uma coisa que você deve saber:

Você tem um lugar para ir.

A partir daí pode se ver que sua dor se iniciou tão cedo. Mas Michael não queria ver a dor dos outros… Em 1985, compôs a música We are the World, destaque do LP homônimo em benefício das vítimas da fome da África. Em sua letra, Michael dizia que “Nós somos o mundo, nós somos as crianças”.

E assim ele se sentia: uma eterna criança, que criou seu próprio castelo com o nome de Neverland, a terra de Peter Pan, personagem que nunca iria crescer. Michael quisera ter aproveitado melhor a infância, já que nela trabalhou como adulto. Então, quando adulto fez o possível para se sentir uma criança.

Sobre as acusações sobre a mudança da cor da pele, sobre a “vergonha de ser negro”, Michael desabafou: “Eu sou afroamericano, tenho orgulho de ser afroamericano. Tenho orgulho da minha cor. Tenho orgulho de ser negro!”. Pois é, não só os negros, mas os brancos e todo o mundo têm orgulho de sua obra. E todos torcem para que Michael, tenha sido bem recebido onde quer que esteja agora, pois como disse em We are the world: “Todos nós somos parte da grande família de Deus”.

Faço minhas as palavras de Lelé Batista, em seu blog perola de cultura, que diz:

(http://peroladecultura.blogspot.com/2009/06/michael-jackson-anjo-caido.html)

“Espero sinceramente que o Michael possa voar para uma dimensão que lhe seja menos dolorosa, onde possa repousar a sua perturbação, já que, visivelmente, ele não estava bem neste mundo e nem na sua própria pele.”

michael2

~ por sergiokid em junho 27, 2009.

4 Respostas to “O adeus de Michael”

  1. AMÉM!!!

  2. Tbm acredito nele e lamento mto a sua partida…

  3. Gostei !! Não sei se concordo 100% com o que li , mas gostei!

  4. Concordo com 90% do que li, mas ñ entendi o rato imaginário, Ben Ñ era um ratinho de estimação de Michael?

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